8 de nov. de 2008

Evangelho de São Marcos Cap 6 - MC - 6 pag. 1328

Fotografia: Arquivo Particular -jan/1982 - da direita pra esquerda - Vilminha, Celma, Sonia, Gilda e Peter

Promessas de Deus - "Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. Não pode fazer ali milagre algum." (MC 6, 4-5)


Ordens à Obedecer - Os discípulos (servos) foram enviados, dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos e ordenou que não levassem coisa alguma para o caminho, somente um bordão (...) "Em qualquer casa que entrardes, ficai nela até vos retirardes dali se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, sai dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele." (MC 6, 7-11)


Mensagem de Deus para mim e como posso aplicar em minha vida - Como servo ir de dois em dois e pregar o evangelho e não esperar que na suacasa ou entre os seus parentes sejas ouvido ou que reconheçam as palavras de Deus pois, em casa (a palavra já diz) não podes fazer milagre algum (velho ditado: Santo de casa não faz milagre). No entanto, o servo pode e deve em nome de Deus abençoar o alimento que prepara, e antes de servi-lo para que seja feita a benção para os seus familiares.

Também deve o servo retirar-se da multidão para orar em silêncio no seu deserto. Ou em outros momentos deve retirar-se e ir orar junto aos outros discípulos (Servos, pode ser em retiros) dar testemunho das bençãos, contar a Deus, aos outros discípulos o que fazes, o que ensinas e o quanto Deus já o encheu de Bençãos.


Deus em minha vida: Com esta passagem vou dividir exatamente o que me aconteceu no Grupo de Oração nesta quinta feira que o dia era de "Cura Interior".

Eu estava razoavelmente bem, apesar de muito atarefada e os acontecimentos da semana, mas o coração não estava nem lembrando do que precisava ser curado. A oração foi se desenvolvendo e eu fui orando e acabei lembrando de algo há muito esquecido, talvez alguns não saibam mas não lembro da minha infância é como se não tivesse vivido-a.


Então lembrei de algo que precisava perdoar, que sempre me doía muito:


Eu devia ter uns nove anos e meu pai e minha mãe brigaram feio, minha mãe naquela noite foi embora. No dia seguinte meu pai saiu pra trabalhar e nos os cinco filhos do casal fomos pra escola, a tarde sempre ficavámos sozinhos, mas éramos muito unidos, aliás ao nosso modo ainda somos muito unidos.

Acontece que meu pai e minha mãe não voltaram e como nós tinhamos medo de ser levados para uma instituição e sermos separados, nunca mais ver os nossos pais, nossas famílias, fizemos um pacto de ficarmos quietos esperando, porque um deles ia voltar, alguém ia voltar (não tinha telefone, tudo era mais difícil, não sabiamos o endereço de nenhum parente, tinha que esperar algum vie visitar e a nossa avó sempre vinha uma vez por mês). Também não falamos nada aos nossos amigos da vizinhança ou da escola pois sabiamos que se um adulto soubesse aí era juizado na certa. Acho que as nossas idades eram 10, 9, 7, 6 e 5.

Imagine cinco crianças sozinhas. Eu e minha irmã mais velha resolvemos, que pra ninguém perceber, iámos todos pra escola e isto também garantia que teriámos uma refeição, a merenda que naquela época era a benção do dia o arroz doce, a polenta, a cangica, a sopa verde (hoje em dia não como nada disso, quase vomito só de pensar). Mas esta era a única refeição do dia porque lembro que passamos muita fome, tinha no quintal, chá de alguma coisa e almerão e acho que tinhamos farinha de fubá que deve ter dado uns três dias porque nos as mais velhas deixamos pros pequenos.

Lembro que nós tinhamos mais medo de ser levados pro juizado e isto fazia com que cada um consolasse o outro e não alteramos a rotina iámos lá fora brincar o dia inteiro e a tarde nós recolhiámos cedo, tomavamos banho e falavamos alto com o pai e a mãe como se eles estivessem em casa, a minha irmã mais velha até respondia umas bocudices como sempre o fora para que ninguém percebesse a diferença de comportamento, as vezes até riámos baixo, porque as casas eram muito perto uma das outras e poderiam perceber que eles não estavam ali.

Isto se passou por uma semana, meu pai e minha mãe não voltaram. Foi minha querida Avó Dina (avó materna, que sempre vinha em casa) que apareceu e levou todos nos pra casa dela, uma casa de duas peças apenas e ela nem fez conta de quanto ela ganhava não estava nem aí, como ia ficar com cinco netos. Minha avó deve ter chamado a filha (minha mãe ao dever) Não lembro do resto , com certeza quem lembra é minha irmã mais velha, mas nós os cinco não falamos sobre isto.

Mas o que me doía era ter passado fome e isto eu ainda não tinha conseguido perdoar nem o meu pai e nem minha mãe.

Das coisas que mais me doem na vida é ver um Ser Humano passando fome e privações, desato a chorar, não tem jeito, me acaba com o dia, pode ser até do outro lado do mundo.

Lembro que jurei nesta passagem da minha vida que eu nunca deixaria um Ser Humano passar fome ou não ter teto. O lugar que mais me realiza nos retiros é ir pra cozinha, fazer comida, servir, sempre, saio, muito recompensada.
Também jurei a exemplo da minha Avó que na minha casa sempre cabe todo mundo que no meu coração sempre cabem todos os filhos meus e os de Deus.

Então nesta quinta feira chorei muito, lembrei desta semana que vivi na minha infãncia junto com os meus irmãos, mas consegui perdoar, me curar e até escrever aqui sem chorar, porque este assunto sempre me fazia chorar, por isso nos os cinco irmãos não falamos nele.

A cura neste dia foi muito especial para mim.

Também resolvi pedir pelos meus irmãos e neste dia era o aniversário da minha irmã mais velha (Celma) e aproveitei pra pedir que esta benção alcançada em minha vida, de ter perdoado meus pais, possa um dia chegar no coração dela e dos outros meus irmãos, a Gilda, a Sonia e o Peter.
Obrigada Senhor por esta cura interior alcançada.

Um comentário:

ELANE, Mulher de fases! disse...

nossa amiga q coisa maluca, q loucura,fiquei sem palavras...
lembrei de minhas filhas,pense,4 anos e 11,meu Deus!!!
admiro vc mais ainda, mas qto tempo vcs ficaram na sua vó?fiquei curiosa,essa história ,, como q acabou?

por isso que percebi em vc, uma certa tristeza....nunca quis falar,mas fico aliviada q vc se curou dessa dor, ou está conseguindo...como sempre te falo, vc é uma iluminada!!!bjsss